quinta-feira, 27 de maio de 2010

O que é o desenvolvimento?

O que é o Desenvolvimento, que ser é este que tem inundado as nossas civilizações? Que se tornou a meta, a única razão de viver de certos países? O Santo Graal desta nova Era.


O tão ambicionado Desenvolvimento é quase retratado como algo que já nasceu connosco, criando por vezes a ilusão de que já antigos trabalhavam para ele.

Define-se desenvolvimento, simplesmente, como o fenómeno de crescimento sustentado do nível de uma região, medido pelo produto nacional médio por pessoa (per capita), no entanto inclui muitas outras dimensões, como humanas, culturais, sociais, psicológicas, políticas, etc. Este processo iniciou-se em meados do século XVIII, na Grã-Bretanha, com a chamada «Revolução Industrial», esta realidade mostrou-se o mais poderoso e intenso processo de transformação social e económico da História.

Ouvimos muitas vezes que os níveis de Desenvolvimento de um país foram os mais baixos da História, ou que os níveis de desemprego são os maiores de sempre, mas o que são 250 anos desde o aparecimento do desenvolvimento em 15 mil milhões de anos do universo, 5 mil milhões de existência do planeta Terra, 3,3 mil milhões de anos que tem a vida na Terra e cerca de dois milhões de anos que apareceu o Homem. Isto para não referir que o desenvolvimento não chegou a todos ao mesmo tempo, começou em Inglaterra no sec. XVIII e daí difundiu-se pelo mundo. Por exemplo, em Portugal este fenómeno só tem cerca de 50 anos. No entanto, habituamo-nos à ideia do crescimento. Se este não se verifica, ou não apresenta valores consideráveis, o país sente-se em crise. Estamos à espera de ver num futuro próximo significativas melhoras no nosso quotidiano, novas tecnologias, novas máquinas, mas temos de ter consciência que isto é uma situação anormal, uma excepção histórica. Durante milénios a humanidade viveu sempre com um nível de vida quase estável.

Recorremos a especialistas para tentar explicar certos acontecimentos económicos, para tentar prever futuros, julgamo-nos conhecedores da verdade, do caminho correcto mas de repente tudo à volta se desmorona sem explicação aparente. Ficamos perplexos sem saber o que fazer, pois com 50 anos apenas de desenvolvimento como queremos nós passar já por sábios? Temos muito que aprender sem dúvida…

Depois, em Portugal, a nossa busca pelo Santo Graal começou a ser ofuscada por pequenas intrigas, assuntos que em nada abanam em favor do desenvolvimento e só o atrasam. Em Portugal passa-se a maior parte do tempo a fazer ataques ao governo, em espalhar boatos, a difamar, a praticar corrupção e uma serie infindáveis de coisas. Onde está a atenção focada no desenvolvimento? Pois, não está.

A nossa costa esconde potencialidades inimagináveis. Situados no ceio da U.E, com costa virada para a América somos quase uma porta de boas vindas para os produtos americanos. Porque não explorar por aí? Um mundo como este cada vez mais globalizado, onde a troca de bens por todo o globo é vista como a chave para o sucesso porque não explorar as nossas boas relações com o Brasil e servir como plataforma de lançamento dos seus produtos? Desenvolvendo uma frota de navios médios e velozes, facilmente era feito o transbordo dos grandes navios de carga vindos da América e espalhados por toda a U.E. Enfim são apenas meras divagações de um Zé-ninguém aprendiz de economia.

Também sei que um sistema de organização bipolar (Lisboa, Porto) traduz inúmeras desigualdades, causador de assimetrias e de sérios entraves ao desenvolvimento. Porque não apostar num sistema policêntrico onde os diferentes centros urbanos se completam? Enfim, uma infinidade de perguntas por responder que parecem óbvias mas ninguém parece ter a resposta.

Desenvolvimento não é, julga-se ser, mas ninguém conhece ao certo esse verdadeiro mundo!


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